Levei-o a África
Era a primeira vez que o levava a uma visita guiada. Já foi a Exposições (do Avô, em Cascais) e a Museus (Paula Rego, idem), mas visitas guiadas seria um risco. Desatava aos gritos e eu tinha de sair de cena.
O tema era África, arquitectura, fotografias, anos do colonialismo. Passado. Coisas bonitas. Estética.
Muitos edifícios vi-os eu, com os meus olhos, 40 anos depois, meios de pé ou a desfazerem-se. Por todo o lado. Gurué, Montepuez, Pemba, Ibo, Maputo, Inhambane, Nampula, Ilha, Metangula, Chimoio, Lichinga, Cuamba...
Mostrei-os ao M.
Pelas rodinhas no cimento afagado, rodou ele, plantas, imagens, slides, retratos que hoje seriam os mesmos.
Pelas rodinhas no cimento afagado, rodou ele, plantas, imagens, slides, retratos que hoje seriam os mesmos.
A Exposição é lindíssma, o espaço fantástico, a visita, pela condução do meu primo, neto de um dos Arquitectos do Gabinete de Urbanização Colonial, foi compassada e calma, assim como uma tarde em África.
O M. nem piou.
Ouviu tudo, testou a acústica da "garagem" e deixou-se levar, como se estivesse debaixo de um cajueiro a apanhar o fresco.
Ouviu tudo, testou a acústica da "garagem" e deixou-se levar, como se estivesse debaixo de um cajueiro a apanhar o fresco.
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