Vou continuar a olhar para os pássaros
Quando ando pela rua, ou no carro, a conduzir pela estrada, tenho sempre 'um olho no céu' - o formato das nuvens, as cores do por do sol, os riscos dos aviões, os próprios aviões, e os pássaros. Onde poisam, como se movem no seu voo, se são patos ou gaivotas, as aves de rapina, ou garças. Há um poste, com um longo fio, junto à auto-estrada, onde costuma estar, julgo ser, um Bútio, um tipo de pequeno falcão. Gosto de pensar que é sempre o mesmo, e que aquele é o seu lugar. Tal como a coruja que dorme na escola, nas traseiras de casa dos meus Pais, e passa a noite a piar. Tento estar num estado em que não me devo esquecer de viver cada instante, lembrar com amor o meu irmão e o meu Pai, não ser lamechas, exageradamente nostálgica, celebrar cada dia, procurar a alegria e a leveza, o humor, o amor pelo outro, estar atenta. Talvez isso tudo signifique continuar a olhar para o céu e para os pássaros.