da cor do Niassa
Passei um mês de Setembro em seco. Vazio de palavras.
Porque talvez todas as dúvidas me tivessem levado a vontade de escrever. Ou afinal, não sou escritora coisa nenhuma, apenas me sirvo das palavras para aliviar a angústia - assim como um homem fuma o cigarro para travar a ansiedade.
Escrevo porque não tenho outra forma de me expurgar. Pudesse eu cantar, tocar um instrumento ou pintar um quadro. É precisamente a mesma coisa.
Nada tem de criativo.
Apenas de desabafo.
Que vem e que vai. Conforme as marés.
Conforme o mal d'afrique que me aflige, e me ataca sem aviso.
Hoje o mar, em Cascais, estava plúmbeo. A mesma cor do Lago Niassa há quatro anos, numa manhã de Inverno (Junho).
Há dias de chumbo, mas até nesses dias consigo ver um pedaço do que é mais intenso e cru - e é essa capacidade de regeneração que hoje me fez voltar aqui.
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