Eu sei.
Eu sei que tu não sabes o que é "ir" e depois "voltar". Eu sei que tu não percebes a distância do tempo, o caminho pelo espaço, a terceira dimensão.
Eu sei que tu não achas que te abandonei, porque tu és um cão.
Eu sei que tu és um cão, sei que tu não lês, nem escreves, nem falas.
Eu sei que tu és um cão, fazes xixi nas rodas dos carros, chafurdas nas poças, corres atrás dos pombos, puxas muito quando vais com a trela, arrancas a relva do jardim, comes até a relva, sujas tudo quando bebes água, cheiras tudo e até os rabos das pessoas.
Mas eu sei que tu gostas e que tu sentes. Sentes medo, sentes alegria e às vezes andas triste. Tu falas muito, pelos teus olhos, eu sei bem o que eles dizem. Tu roças-te em mim e no Alexandre, nas nossas pernas e lambes a nossa cara, porque tu gostas de nós.
Tu sonhas alto e dás amor em troca de quase nada. As pessoas acham que como tu és um cão, os cães não dão coisa nenhuma. Mas eu sei que tu dás amor, gratidão e amizade. Incondicionalmente. É por isso que, para mim, tu és o melhor cão do mundo!
Sabes, as pessoas devem achar que eu sou muito parva por te estar a escrever, mas eu quero lá saber.
Gosto muito de ti, sim?
Adeus e até já...
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