sopram os ventos

Há muitos anos, quando estudei Camões e "Os Lusíadas" havia uma estrofe que falava dos "ventos alísios" e dos "ventos de mudança".

Nunca mais me esqueci dos ventos alísios porque eram bons ventos, era o tipo de vento que nos levaria a qualquer coisa de diferente e de bom.

E durante todo este tempo, quase 20 anos, sempre cheirei o vento a ver se seria do "tipo alisio". Sempre tive a convicção que seria merecedora desses ventos, tal como os nossos marinheiros a caminho do Oriente.
Sempre esperei pelos ventos de mudança, porque sempre acreditei neles. Não há nada na natureza que não tenha o seu devido lugar, tal como não há nenhum vento que não tenha uma determinada função.
A ausência de vento é a ausência de rumo. Ficamos estagnados no meio das águas a olhar para o céu à espera de qualquer coisa. Quando sentimos uma refrega é como se desse um impulso dentro de nós que nos faz aproveitar ao máximo a bolina, de velas cheias e mão justa no leme.


Ontem, tal como hoje, e nestes últimos dias chega-me um cheiro a vento diferente.
Vou encher as velas e pôr a mão ao leme.

Será que chegaram os meus ventos alisios?

Comentários

Anónimo disse…
Pois a mim cheira-me que eles estão aí....e trazem boas novas!

Andar e gostar do mar é próprio de gente livre e, tal como depois do mar revolto vem a calmaria, tenho fé que a tua paz doce esteja a chegar.
Anónimo disse…
Sem querer desmanchar o teu prazer, aviso para teres cuidado com o vento. É muito pior que a chuva, e ainda mais do que o frio - Dizem os chineses, sobre o vento no corpo. Como conselho: proteger áreas sensiveis sempre que sopra, o vento.
Beijo
Manuel Alonso
Anónimo disse…
É para mim uma surpresa esta nova prosa virada para o mar, prosa com termos marítimos.Uma surpresa no bom sentido , quer no que diga respeito a ti assim como ao Alexandre.Parece que nasceu um novo universo para ti e para o Alexandre-apareceu a navegação.Fantástico.São os tais universos que andam sempre á nossa volta e que nem sempre são visíveis.É o prazer de estar livre para sempre que quiser ter a liberdade de desatracar e escolher o rumo que quiser.O mar está difrente quase todos os dias.O mar é uma expectativa constante.É um dos maiores e mais interessantes universos que gravitam á nossa volta.Para mim bastava estar dentro de um botesinho em frante á praia que já me sentia livre.

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