O casamento

Foi no dia 16 de Setembro de 2000. Já lá vão 9 anos. E nunca ninguém disse que o casamento era coisa fácil. Pois não.

Mas é uma descoberta, um crescimento a dois. A conquista da cumplicidade do outro e a paixão que pela primeira vez se transforma em amor.
Não tenho a receita perfeita mas sinto e sei que passa por duas coisas: muito diálogo a dois e muita tolerância.

O silêncio numa relação, num casamento, é como um enorme eucalipto. Absorve tudo o que apanha à sua volta, seca as terras, os rios, constrói-se num deserto. E atenção que eu sou adepta do silêncio, dos meus retiros... mas num âmbito e objectivo diferentes.

A tolerância tem a ver com uma palavra que é forte e poucos conhecem o seu verdadeiro significado: o perdão. O saber perdoar. Ouvir o outro. Não ferir. Saber ouvir.

O casamento é o crescimento de uma grande árvore da qual partem os ramos e as folhas. Os filhos e os netos. Destruí-la é coisa pouco complicada. Fácil mesmo nestes dias que correm. O desafio está em sabê-la manter firme.

O casamento, a vida a dois, é um surpresa todos os dias. Porque, e como dizia uma pessoa que eu cá sei, não há mais oposto neste universo do que um homem e uma mulher. Logo, como poderá tal coisa dar certo?

Mas o milagre acontece, de facto. E melhor do que isso é conseguirmos gostar do outro de maneiras e formas diferentes, todos os dias, todos os minutos.

Porque eu gosto ainda mais de ti todos os dias.

Comentários

Anónimo disse…
Que bonito é tudo o que dizes....não tenho palavras para te mandar só um nózinho na garganta e uma lágrima ao canto do olho.....talvez sinais egoísticos de saber que tenho uma filha como tu!

E admitir que às vezes sou anormal e fona porque aproveito papel e sacos de presentes....
Anónimo disse…
Pois é.Em minha opinião , o que eu tenho a dizer é que tudo isso tem a ver com os sentidos.Com os olhos com os ouvidos e com o nariz.Quer um quer outro.Porque todos os dias se renova.Todos os dias há tolerância.Todos os dias há dialogo.E todos nós gostamos de ver, de ouvir e de cheirar.Se assim for o fenomeno da vida a dois é mais simples , e assim aparece a generosidade sempre com os sentidos a operar.Porque as opiniões nem sempre são as mesmas e a vida , como tu sabes, não é fácil.Nunca deixes de escrever.Ao escrever estás tambem a dissecar e a analizar o funcionamento dos teus sentidos.Parece-me que sem uma razão equilibrada a vida tende a complicar-se e o equilíbrio da razão é o resultado do funcionamento dos sentidos dos dois intervenientes.
Anónimo disse…
Sei que o que foi dito parece ter frieza para um assunto que tem a ver com aquilo que se chama a alma , mas para haver paixão os sentidos têm de se entrelaçar.E assim se faz o romantismo que está sempre ao virar da esquina.

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