post-its, touros e sempre o Flash!



Caros leitores,


Gosto de me dirigir a vós, meu caro público!


É bom saber que há alguém desse lado, que no fundo há leitores.
Tenho andando em fraca produção, em termos de escrita e isso nota-se, pois.
Mas a minha cabecinha nunca pára, ando sempre em raciocínios e pensamentos, frases que me marcam e leitura vária.
Estou numa fase de andar a colar post-its na parede em frente à minha secretária com frases, ideias, opiniões. Coisas que ouço, frases, pensamentos, pareço uma exploradora de chapéu a caçar borboletas no ar (os post-its têm várias cores e então faz um efeito engraçado na parede branca - vejam pela foto).


Ando na fase da recolha, depois disso pode ser que venha de lá alguma coisa. Algum texto. Gostava de terminar os contos que escrevi em África e cá em Lisboa. Gostava de escrever umas histórias sobre crianças africanas. Gostava de escrever outras coisas neste espaço.
Às vezes tenho receio de estar a ser uma enfadonha... mas eu sei que tenho o meu público comigo, por isso me dirigi a vós!


Às vezes ainda penso que devia escrever sobre as cores do verniz das unhas, a última "it-bag" da estação, os sapatos lindos que vi numa montra, a falta de pontaria que ele tem para o cesto da roupa suja, os restaurantes da moda e as saídas com as amigas... mas isso cá me parece que é tão pouco "eu". Sim, eu também pinto as unhas e gosto de ir à Zara, e malas e sapatos e tal, e lojas, e cupcakes, e viagens a Nova Iorque e etc e tal.


Mas se eu não me dá para escrever sobre isso, por que insisto?
Porque, lá está, tenho medo de me estar a tornar numa enfadonha, intelectualóide-de-esquerda-urbano-depressiva, com a mania que é artista e tal.
O meu caro público gosta, não é?


Então, pronto!


Continuo nas minhas conversas convosco, agora ainda por território nacional (Lisboa), que me levam por tantos caminhos.
Conto-vos então duas coisas maravilhosas que aconteceram por estes dias:
Ontem vi um documentário sobre os touros, o touro de lide em Portugal e as Corridas. Uma reportagem feita entre Portugal e Espanha com imagens das várias Praças e com entrevistas a filósofos, historiadores, escritores, ganadeiros, campinos, etc. Sempre gostei de Corridas, sempre me fez arrepiar a pele estar numa arena, o cheiro do pó, a respiração do touro, a dança entre homem e besta.
A reportagem explicava que, na sua essência, o touro é criado exclusivamente para o fim de ser lidado. E o documentário termina com um bezerrinho que fugiu da manada e o campino foi buscá-lo a umas terras bem longe. Trouxe-o, desatou as patas e pô-lo junto à manada, de onde, em pouco mais de uns segundos, se destacou uma fêmea, com quem o bezerrito foi ter a correr. Desataram-me a correr as lágrimas pelos olhos. Um bicho com pouco mais de 48 horas reconhece a Mãe e ela sente a falta dele.
Maravilhoso.
E sim, continuo a gostar de ver Corridas de touros, e sim, adoro animais. Gosto mesmo muito deles.
Também ontem o Flash comeu um chourição inteiro que eu deixei em cima da bancada da cozinha, sem querer, ao seu alcance. Cheguei a casa muito depois disso acontecer, mas já sabia da "asneira".


Assim que entrei em casa ele veio todo contente falar-me e eu, já horas passadas sobre o episódio do chourição, disse-lhe apenas: "Sei bem a asneira que fizeste. O Flash é feio." Todo ele se reduziu a uma bolinha preta e encolheu-se como um bichinho de conta preto. Atira-me com uns olhos que pareciam duas bolas brilhantes castanhas com uma risca branca enorme, num imenso pedido de desculpa.
Maravilhoso.

Comentários

Anónimo disse…
Vi o mesmo documentário e gostei.Só que me parece que há cada vez mais pessoas que não concordam com
as corridas de touros.O fenomeno da mãe com a cria é enorme e inexplicável e faz parte da natureza.

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