Xico

 
Manhã a caminho da creche. Rotina do costume. A chegar ao momento de atravessar uma Avenida, vem um cão, cachorrinho, direito a mim, todo contente e completamente perdido. Tinha sido abandonado. Uma senhora viu da sua varanda um carro a parar e a despejar o cão naquele pedaço de largo, beco sem saída.
Percebi logo que tinha chegado a minha vez... a minha vez de ajudar um cão abandonado a encontrar um dono.
Vinte minutos depois, o carro todo vomitado, o bicho a fazer xixi pelas pernas abaixo e eu bato com o nariz na porta do Canil Municipal : está cheio!
A abarrotar de cães e gatos. O Xico (dei-lhe o nome pelo Santo que o protege) não tinha hipótese. Preencher papelada, fazer telefonemas. Arranjou-se um quintal, provisoriamente serve de casa, mas temos de encontrar uma solução.
Para mim, abandonar um animal, é o acto mais cobarde do mundo, é como bater em mulheres ou mal tratar crianças. Os bichos são seres indefesos, sem voz. 
Por ano, em Portugal, abandonam cerca de 10 mil cães e gatos.
Tenho sempre em mim uma frase que li algures: o nível de civilização de um País é visível pela forma como esse povo trata os animais de companhia.
Bem vindos à Idade Média!
 
 


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