Good Life

Não gosto da ideia de "livros de auto-ajuda", mas há livros muito bons.
O Mark Manson tem 34 anos, e apesar de ainda ter muito por que passar (acho que ainda não foi Pai, pois digam o que disserem é isso que, para mim, distingue os homens e as mulheres), diz coisas com muito sentido.

O binómio da culpa /responsabilidade é muito revelador. Ele diz que se uma árvore cair em cima de mim, a culpa não é minha, mas a forma de como eu reajo a isso é minha responsabilidade.
Claro que ninguém quer levar com uma árvore em cima, mas podemos reagir de várias maneiras.
Ter pena de nós próprios e achar que o mundo está contra nós é o mais óbvio e o mais fácil.
A sabedoria está em aceitar a coisa e dizer: "que se f%da! caiu-me uma árvore em cima, mas não choro mais por isso."
Tudo tem a ver com atitude e escolha. E ele tem razão. Tirando coisas realmente graves, tudo na vida é uma questão de opção: queres fazer o papel de miserável e coitadinho ou queres dizer "que se f%da e bola para a frente" ?
O curioso é que a maioria das pessoa faz o papel do coitadinho/a.

Além de várias coisas que ele escreve, esta foi uma das que sublinhei e retive: "Tudo o que vale a pena na vida é conquistado pela superação da experiencia negativa associada."
Ou seja, a vida é às vezes uma merda, há problemas de merda, dias de merda e coisas chatas. Mas faz parte. O sofrimento faz parte da vida. São caminhos que temos de fazer.
Assim compreendo que talvez eu, Rita, tenha demorado algum tempo a fazer o meu caminho - do meu divórcio, da separação com um bebé de 1 mês, da descrença, da desidealização sobre o casamento, da infelicidade de sentir-me magoada e sozinha.
Mas tinha de o fazer - a vida é assim mesmo. Tens de apanhar o barco e seguir, deixar para trás essas ilhas imaginárias, de famílias perfeitas, casamentos eternos e amor puro. E acenar ao longe.
E simplesmente seguir. Sozinha. No meu barco.
Foram 5 anos para desatar estes nós. Há quem seja mais rápido, outros ficam uma vida inteira. Os divórcios são duros, não é suposto ser uma coisa fácil. Tenho agora a consciência plena de que me separo dessa Rita. E que a vida é boa, mas às vezes é f@dida.
E não faz mal estar triste. E sentir-me uma merda. Mas é uns minutos, um dia. Não é para sempre. E é a forma como me ponho perante a bosta de vaca que se pôs no meu caminho que faz tudo ser tão diferente.
Já cá tenho é mais uma medalha ao peito.
E continuo o meu caminho, de cabeça erguida.
Se pisar bosta de vaca, logo se vê.
A vida segue e é boa!

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