Self-Respect
Vi na Netflix o documentário da Joan Didion, autora americana de entre outros "O Ano do Pensamento Mágico" - um livro duro, revelador e muito real. Adorei o livro e adorei ainda mais o documentário - há um "spoiler alert", as minhas amigas do Book Club não revelaram e eu ainda fui surpreendida.
Dos primeiros trabalhos, Joan Didion escreveu para a Vogue este essay sobre self-respect. Eu copiei das legendas parte do texto transcrito/lido durante o filme.
Percebi afinal, eu que tenho uma autoestima muito rasteira, ser bafejada por uma bela dose de self-respect. Revejo-me a 100% nesta definição - e não numa abordagem à autoestima.
A audácia moral é minha - na verdade pressinto-a desde muito pequena. Um consciência de mim e sobre mim mesma.
Não vou revelar mais. Leia-se o livro, veja-se o documentário. E tudo isto só poderia ser dito/escrito por uma mulher.
Cada vez mais feminista, eu.
(erradamente traduziram
self-respect por auto-estima, eu mantenho a palavra em inglês)
On Self-Repesct Joan Didion, Vogue EUA 1961
As pessoas com “self-respect” exibem uma certa dureza, uma espécie de audácia moral. Exibem carácter – uma qualidade que apesar de ser aprovada em abstracto, por vezes perde terreno face a outras virtudes mais negociáveis.
“Caracter” - a disponibilidade de aceitar responsabilidade pela nossa vida - é a fonte da qual o self-respect nasce.Por mais que o adiemos, acabaremos deitados sozinhos numa cama reconhecidamente desconfortável, a que nós próprios fazemos. Se dormimos ou não nela depende, claro, se nos respeitamos a nós próprios, ou não.
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