Estamos sempre a meio


«Estamos sempre a meio. Sempre a meio, nunca estamos no início: não comparecemos ao nosso próprio nascimento. Contam-nos que nascemos e nós acreditamos. E nunca estamos presentes no fim. Estamos presentes mesmo mesmo mesmo quase até ao fim, mas um segundo antes, plof, e já não estamos presentes até ao fim.»

Hoje vi, no CCB, A Flauta Mágica de Mozart - e uma das 12 telas de Marc Chagall (23x13 metros) que serviram para inaugurar a nova Met Opera, em Nova Iorque, em 1967.
Nesta interpretação, Teatro e Ópera, com textos originais do Gonçalo M. Tavares.

Como o Mundo precisava hoje de ter uma Flauta Mágica, que quando se ouvisse tudo tornasse mais leve e mais harmonioso. Que juntasse os pares, que só falasse de amor e de verdade. Nesta interpretação, o texto fala de amor e da morte. A vida, afinal.

'Trajetória Evolutiva' é uma ideia que faço questão de que ande sempre comigo. Nascemos e viemos a esta Terra para fazer um caminho, que idealmente seja de evolução, de crescimento.

'Carácter' é outra ideia que me acompanha. Há quatro anos li O Ano do Pensamento Mágico e vi a série, na Netflix, desta mulher única e incrível. A Joan Didion. 
E já nessa altura o tema do carácter me chamou a atenção.



Hoje, já se fala em skills de caráter, muito mais importantes do que as cognitivas. É bom saber coisas, e saber fazer contas, mas é muito mais importante ter um bom caráter. 
O que é uma pessoa com bom carácter é um peso e uma medida subjetivos. É de cada um.

Da ideia da trajetória evolutiva há a pedra angular do livre-arbítrio, onde tudo se joga. Escolhas. A Joan Didion liga o carácter à disponibilidade de aceitar responsabilidade pela nossa vida.

Temos tudo nas nossas mãos. E estamos sempre a meio. Cumprimos caminhos que muitas vezes não escolhemos. Há pouca gente realmente feliz com as escolhas que fez. Há muito medo e gente muito complicada. 
Nada é assim tão complicado, pois a morte chega e simplifica tudo. 
Então, que o despertar seja a tempo. Antes do plof.
 


 

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