Amêndoas tipo Milão
Sempre quis que este Blog fosse um espaço positivo (sim, Xico!).
Ou seja, nunca quis palavras de protesto, crítica e revolta. Por que acho que esse tom de escrita atraí palavras negativas, olhos negativos, mentes negativas.
Isto tudo, claro está, apoiado na teoria d' "O Segredo" essa grande obra mundial dos livros de auto ajuda, em quem eu um dia (também) caí.
Bom, teorias e segredos à parte, nunca quis que este fosse um Blog de escárnio e mal dizer. Mas o dia havia de chegar. E hoje é o dia.
Há coisas que me revoltam as entranhas, mais do que o cheiro de lulas estufadas numa tarde de Inverno húmida e a chover lá fora.
Uma delas é a petulância gratuita.
As pessoas são arrogantes porque sim. E oferecem essa arrogância no café, na fila do supermercado, na paragem do autocarro, na máquina dos bilhetes de metro... são arrogantes e eu sinto vergonha alheia. Sinto vergonha dessa pessoa, a quem, coitada, nunca ninguém lhe disse que assim não vai a lado nenhum. Mas ela acha que sim. E até, talvez, já tenha chegado a algum lado com isso. E, temo, chegou mesmo.
E, mais!
Neste País comezinho (ora, aqui está o início de um post negativo que atraí as palavras negativas - eu avisei!), tenho chegado à dolorosa conclusão que só se é alguém na vida se formos arrogantes. Se não, somos uns atrasadinhos. (mais uma)
Melhor do que isso, julga-se que quando se é petulante está-se a demonstrar uma elevada "personalidade" - eu adoro esta palavra, que não quer dizer nada, mas todos a usam com ignorância.
E lá vamos indo.
Neste País/ Canteiro de gente comezinha.
Quando à petulância em que se baptizam as gentes comuns, juntamos "o" poder ("o" poder = substantivo + verbo), o resultado é: o terror.
E é isso que anda a acontecer, meus caros leitores (soube há pouco tempo que já somos 5,5). Anda terror à solta neste País, no meu Bairro, na minha cidade, nas ruas, nos jardins, na auto estrada...
No meu Bairro anda um terror à solta que se chama: EMEL. A petulância é elevada ao extremo e o poder é total - eles mandam no meu Bairro, mas dizem que dão "prioridade às pessoas". Alguém quer vir buscar um familiar que mora num 4º andar de escadas, anda de muletas e sai de casa uma vez por mês: Não! não, entra. Outro vem para os copos, comprar ganza e partir garrafas de cerveja: Sim! sim, entra.
Multam os carros dos moradores, quando lugares para estacionar há no tecto dos prédios e deixam entrar camiões de betoneiras que despejam tonelas de cimento nos -54 pisos que furam no chão para estacionamento dos mega-prédios de luxo que estão a construir nesta zona, a 5.000€/ m2.
Na minha cidade há um terror que se chama: intolerância. É uma cidade com tolerância zero. As pessoas discutem às 9h00 mal saem da cama, dentro de um carro. Não têm tempo para nada, não sabem esperar, não querem ver, não querem saber, não esperam.
É um cambada de gente adormecida, que se mete nos carros, sai dos carros, entra na worten e compra um LCD, sai da worten e vai para casa fazer sopa. Não ouve uma história antiga, não lê um livro, não se interessa por nada, não vê outro objectivo na vida senão ter filhos, mudar de carro, mudar de casa, ganhar mais e gastar mais. Ouvir desgraças, rir-se dos outros, ter inveja, ver telenovelas e ir jantar ao Shopping no sábado. É uma mistura de intolerância com qualquer coisa de tão terrível, que só pode resultar do poder (do consumo) juntamente com a arrogância.
No meu País anda outro terror à solta que se chama: partidos políticos. É tudo uma invenção aristotélica. Na Grécia antiga faria mais sentido do que agora. É uma palhaçada pegada. Pior é quando eu sou "romântica" ao ponto de acreditar que sim. Sim, há pessoas a-políticas, livres de pensamento, cheias de interesse e de força! Mas não. O Fernando Nobre apresentar a candidatura à Presidência da República foi um prato que me serviram gelado. A política é uma espécie de pó que se entranha quanto mais velho e mais podre é o estado das coisas.
De onde veio isto, há mais, mas eu não quero que este seja um espaço de revolta. Daí o título, para aligeirar a coisa. Para mim são a quinta essência das amêndoas desta quadra. Como um pacote inteirinho, são perfeitas!
Ou seja, nunca quis palavras de protesto, crítica e revolta. Por que acho que esse tom de escrita atraí palavras negativas, olhos negativos, mentes negativas.
Isto tudo, claro está, apoiado na teoria d' "O Segredo" essa grande obra mundial dos livros de auto ajuda, em quem eu um dia (também) caí.
Bom, teorias e segredos à parte, nunca quis que este fosse um Blog de escárnio e mal dizer. Mas o dia havia de chegar. E hoje é o dia.
Há coisas que me revoltam as entranhas, mais do que o cheiro de lulas estufadas numa tarde de Inverno húmida e a chover lá fora.
Uma delas é a petulância gratuita.
As pessoas são arrogantes porque sim. E oferecem essa arrogância no café, na fila do supermercado, na paragem do autocarro, na máquina dos bilhetes de metro... são arrogantes e eu sinto vergonha alheia. Sinto vergonha dessa pessoa, a quem, coitada, nunca ninguém lhe disse que assim não vai a lado nenhum. Mas ela acha que sim. E até, talvez, já tenha chegado a algum lado com isso. E, temo, chegou mesmo.
E, mais!
Neste País comezinho (ora, aqui está o início de um post negativo que atraí as palavras negativas - eu avisei!), tenho chegado à dolorosa conclusão que só se é alguém na vida se formos arrogantes. Se não, somos uns atrasadinhos. (mais uma)
Melhor do que isso, julga-se que quando se é petulante está-se a demonstrar uma elevada "personalidade" - eu adoro esta palavra, que não quer dizer nada, mas todos a usam com ignorância.
E lá vamos indo.
Neste País/ Canteiro de gente comezinha.
Quando à petulância em que se baptizam as gentes comuns, juntamos "o" poder ("o" poder = substantivo + verbo), o resultado é: o terror.
E é isso que anda a acontecer, meus caros leitores (soube há pouco tempo que já somos 5,5). Anda terror à solta neste País, no meu Bairro, na minha cidade, nas ruas, nos jardins, na auto estrada...
No meu Bairro anda um terror à solta que se chama: EMEL. A petulância é elevada ao extremo e o poder é total - eles mandam no meu Bairro, mas dizem que dão "prioridade às pessoas". Alguém quer vir buscar um familiar que mora num 4º andar de escadas, anda de muletas e sai de casa uma vez por mês: Não! não, entra. Outro vem para os copos, comprar ganza e partir garrafas de cerveja: Sim! sim, entra.
Multam os carros dos moradores, quando lugares para estacionar há no tecto dos prédios e deixam entrar camiões de betoneiras que despejam tonelas de cimento nos -54 pisos que furam no chão para estacionamento dos mega-prédios de luxo que estão a construir nesta zona, a 5.000€/ m2.
Na minha cidade há um terror que se chama: intolerância. É uma cidade com tolerância zero. As pessoas discutem às 9h00 mal saem da cama, dentro de um carro. Não têm tempo para nada, não sabem esperar, não querem ver, não querem saber, não esperam.
É um cambada de gente adormecida, que se mete nos carros, sai dos carros, entra na worten e compra um LCD, sai da worten e vai para casa fazer sopa. Não ouve uma história antiga, não lê um livro, não se interessa por nada, não vê outro objectivo na vida senão ter filhos, mudar de carro, mudar de casa, ganhar mais e gastar mais. Ouvir desgraças, rir-se dos outros, ter inveja, ver telenovelas e ir jantar ao Shopping no sábado. É uma mistura de intolerância com qualquer coisa de tão terrível, que só pode resultar do poder (do consumo) juntamente com a arrogância.
No meu País anda outro terror à solta que se chama: partidos políticos. É tudo uma invenção aristotélica. Na Grécia antiga faria mais sentido do que agora. É uma palhaçada pegada. Pior é quando eu sou "romântica" ao ponto de acreditar que sim. Sim, há pessoas a-políticas, livres de pensamento, cheias de interesse e de força! Mas não. O Fernando Nobre apresentar a candidatura à Presidência da República foi um prato que me serviram gelado. A política é uma espécie de pó que se entranha quanto mais velho e mais podre é o estado das coisas.
De onde veio isto, há mais, mas eu não quero que este seja um espaço de revolta. Daí o título, para aligeirar a coisa. Para mim são a quinta essência das amêndoas desta quadra. Como um pacote inteirinho, são perfeitas!
Comentários
É pelo que disseste e muito mais que é bom ter pessoas como tu à nossa volta!
biz
dizem que o pão dos pobres cai sempre com a manteiga para baixo. a humanidade é pobre! eu sou humano... raios, estás zangada comigo! comezinho, humanidade. bem, não sou politico, escapo a essa.
tens razão sobre os gajos da emel. cumprem as ordens direitinho, fazem novas ordens, flanqueiam ordens...
estive na tropa. um velho sargento dizia que se desse ordem a um magala para guardar uma porta de modo a só entrar soldado com boina, tinha sarilhos garantidos. passado tempo, não entrava ninguém, com boina ou sem boina. a emel é a tropa: cega, surda, muda também, e intrepretativa de ordens, de forma livre.
dizem que a maior praga que um cigano pode rogar a um filho é desejar que este venha a trabalhar nas obras (filho de um cabrão, servente pedreiro te visse eu)
que deus nos livre, a nós que não somos ciganos, de um filho empregado na emel.