Volver

Há poucos dias disse-me uma amiga assim: "é bom ir, mas também é muito bom voltar." Voltar. É um movimento, por isso implica mudança física, e a partir dessa mudança, há, inevitavelmente, uma mudança dentro de nós.
Partir e voltar.
Eu agora já não estou aqui.
Eu agora volto aqui.
Pode parecer aos meus caros leitores um preciosismo de léxico da minha parte, mas é muito mais do que isso. É tudo. Deixei de estar, para voltar. E é óptimo voltar, quando há tanto que nos espera!
Do que sentia mais falta?
Dos abraços e do afecto de quem bem me conhece, do contacto olhos nos olhos, com olhos que me veêm de olhos fechados, de um ritmo e de uma rotina ligeira, do queijo e do fiambre, de iogurtes e bacalhau, da luz Lisboeta que põe tudo a nu, do barulho do eléctrico a subir a rua, das andorinhas ao final do dia, do cheiro do Tejo, do Palácio de Papel no Calhariz (já comprei canetas novas, não resisto) e de flores, flores e mais flores.
Daqui a pouco devo estar a escrever do que sinto falta de lá.
Por agora deixo-me ficar neste volver.

Comentários

Anónimo disse…
Tudo bem.Obrigado por seres assim.

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