haunt me

 
Sou uma alma-velha.
E estou cada vez mais convencida disso.
Agora, que retomei as pesquisas da minha família, do meu bisavô Rugeroni (no centro com gravata), mais certezas ganho de que pertenço a um outro lugar, numa outra época.
Adoro esta fotografia. Foi tirada em Lisboa, 1930.
A minha Avó, a mais nova, entre os Pais e os dois irmãos, todos lindos de morrer.
E um cão magnífico.
Ando a remexer muito nestas memórias, a ir ter com pessoas, a falar com quem não via há mais de 20 anos, a trocar emails com autênticos tabus, a remexer no lodo espesso que assentou num chão que agora se mostrou num fundo falso.
Ando a reconstruir caminhos há muito abandonados e a assombrar espíritos que se diziam esquecidos. Ando-me sentindo cansada e talvez meia febril, pois acho que além de toda a agitação do primeiro ano do meu filho, também isto me ressacou.
Tenho 36 anos e ando-me a meter com coisas muito antigas, torres de marfim, coisas sérias pelas quais tenho imenso respeito, mas com as quais acabo por, inevitavelmente, me envolver.
E, afinal, sou nova. Por que raio ando-me a meter neste passado. Por que raio me sinto tão atraída por estas histórias.
Porque sou uma alma-velha, porque viveria nesse tempo como hoje.
E está a acontecer de tal maneira, que já me andam a enviar uns "sinais" (sou uma alma mística, também)...
Há uns dias, a meio de uma aula de ginástica localizada, ao fundo da sala, vejo uma senhora (tem idade para ser minha Mãe) a gesticular para mim:
- A de azul, a de azul!? como é que se chama?
- Eu?!
- Sim!!
- Rita!
- Ah! é que tem ares da sua Avó... da Berenice.


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