Vida de personagens: José Ecfrásio
Fiz "nascer" o José Ecfrásio há mais de um ano e nunca mais o vi. Era um homem que vivia numa meia dúzia de linhas de uma biografia imaginária. Era um ribatejano com ares de louco, morreu na noite de passagem de ano do séc. 19 para o séc. 20 em Lisboa. Viveu em Salamanca. Tinha 30 e poucos anos.
Há alguns dias dei por mim a pensar nele. Tenho escrito a pensar no José Ecfrásio e agora até recebo comentários vindos de Salamanca.
As personagens nascem dentro de nós, mas depois têm vida própria. Seguem o seu caminho e a sua vida. Depois, quando entendem, voltam a nós. Mas é só de passagem, porque elas não são verdadeiramente nossas. Nunca foram.
Mas ele é parte de mim. Ele tem coisas minhas. Um sofrer escondido, uma obsessão, uma busca incessante pela moeda. Um cumprimento do seu dever. E depois o amor. O amor que o interrompe e o deixa perdido, afogado no meio do rio.
José Ecfrásio tinha em si, quando nasceu, uma missão, uma partícula divina que o distinguia dos outros. Tinha a mania da superstição e hoje é 6ªfeira-13, e eu escrevo sobre ele - só reparei nisso agora, a meio do texto.
Quando estava na barriga da Mãe houve trovoada e dizia-se que os bebés ficavam com os raios dentro deles. E por isso José Ecfrásio não podia tirar os pés do chão, para estar em ligação à terra. Só os tirou para mergulhar e ir ter com Eva. O seu único amor. Ele só teve um amor e morreu por ele.
Voltei a encontrá-lo. Voltei a encontrar-me.
Há alguns dias dei por mim a pensar nele. Tenho escrito a pensar no José Ecfrásio e agora até recebo comentários vindos de Salamanca.
As personagens nascem dentro de nós, mas depois têm vida própria. Seguem o seu caminho e a sua vida. Depois, quando entendem, voltam a nós. Mas é só de passagem, porque elas não são verdadeiramente nossas. Nunca foram.
Mas ele é parte de mim. Ele tem coisas minhas. Um sofrer escondido, uma obsessão, uma busca incessante pela moeda. Um cumprimento do seu dever. E depois o amor. O amor que o interrompe e o deixa perdido, afogado no meio do rio.
José Ecfrásio tinha em si, quando nasceu, uma missão, uma partícula divina que o distinguia dos outros. Tinha a mania da superstição e hoje é 6ªfeira-13, e eu escrevo sobre ele - só reparei nisso agora, a meio do texto.
Quando estava na barriga da Mãe houve trovoada e dizia-se que os bebés ficavam com os raios dentro deles. E por isso José Ecfrásio não podia tirar os pés do chão, para estar em ligação à terra. Só os tirou para mergulhar e ir ter com Eva. O seu único amor. Ele só teve um amor e morreu por ele.
Voltei a encontrá-lo. Voltei a encontrar-me.
Comentários