Limpezas de Chuva
As mudanças já aconteceram e do dia para a noite dormimos numa casa diferente, num quarto com cheiro a nada.
Como já tinha feito a minha confissão, eu tenho aversão a mudanças pois parece que fico com a vida toda fechada em caixotes. Além disso, as casas precisam de dias, semanas e meses para ficarem com ar de casa. Ao início são depósitos de coisas. E tantas coisas.
O horror de tudo isto tem sido a quantidade de coisas que tenho dado e deitado fora, roupa que tenho posto de parte para dar e lixo, lixo, lixo. A quantidade de lixo e de coisas que uma pessoa acumula numa casa é inversamente proporcional ao espaço que deixam livre. Parecem que têm vida, as coisas, e então ocupam-se de todos os espacinhos que encontram. Até o pó ganha a forma das coisas e antes de uma casa ser nossa, ela é das coisas e do lixo que anda atrás de nós.
Serviram estas mudanças para me aperceber da tralha, da quantidade de tralha que faz parte do meu espólio. Ao fim de 10 anos de casamento ainda tenho mais tralha e o curioso é que 75% disso eu não utilizo. Para quê ter 6 frigideiras se o forno só tem 4 bicos, ou ter 4 formas de bolos se só faço um de cada vez.
Serviram estas mudanças para me aperceber que quando uma pessoa morre deixa aos outros quilos de tralha, lixo e coisas. Então, penso naquilo que são realmente os nossos objectos, aquilo que nos pode distinguir e que podemos deixar para trás com sendo parte de nós.
São poucas essas coisas, se calhar cabem todas num só caixote. Mas nós insistimos em encher caixas de coisas, talvez porque assim a nossa vida pareça mais interessante, mais digna, mais preenchida.
Feliz daquele que arruma a vida toda dentro de um caixote.
Como já tinha feito a minha confissão, eu tenho aversão a mudanças pois parece que fico com a vida toda fechada em caixotes. Além disso, as casas precisam de dias, semanas e meses para ficarem com ar de casa. Ao início são depósitos de coisas. E tantas coisas.
O horror de tudo isto tem sido a quantidade de coisas que tenho dado e deitado fora, roupa que tenho posto de parte para dar e lixo, lixo, lixo. A quantidade de lixo e de coisas que uma pessoa acumula numa casa é inversamente proporcional ao espaço que deixam livre. Parecem que têm vida, as coisas, e então ocupam-se de todos os espacinhos que encontram. Até o pó ganha a forma das coisas e antes de uma casa ser nossa, ela é das coisas e do lixo que anda atrás de nós.
Serviram estas mudanças para me aperceber da tralha, da quantidade de tralha que faz parte do meu espólio. Ao fim de 10 anos de casamento ainda tenho mais tralha e o curioso é que 75% disso eu não utilizo. Para quê ter 6 frigideiras se o forno só tem 4 bicos, ou ter 4 formas de bolos se só faço um de cada vez.
Serviram estas mudanças para me aperceber que quando uma pessoa morre deixa aos outros quilos de tralha, lixo e coisas. Então, penso naquilo que são realmente os nossos objectos, aquilo que nos pode distinguir e que podemos deixar para trás com sendo parte de nós.
São poucas essas coisas, se calhar cabem todas num só caixote. Mas nós insistimos em encher caixas de coisas, talvez porque assim a nossa vida pareça mais interessante, mais digna, mais preenchida.
Feliz daquele que arruma a vida toda dentro de um caixote.
Comentários
Um grande bj de boa sorte e aqui fica o meu conselho
Besos
Espero que gostes.
Beijinho
João