África





Agora lembrei-me da "Mãe África"... e então isto era sobre aquela geração que nasceu e cresceu nas colónias. A guerra, etc...

Eu não vivi coisa nenhuma, pois como já disse, faço parte de uma geração que não suspira pela Luanda de outros tempos. Nasci e cresci em Lisboa, Portugal.
Fui a África na minha lua de mel. Como Maio é mês de saudade, lembrei-me de África.

Já passaram quase 9 anos, mas ainda me lembro bem da cor da savana e do cheiro quando começou a chover. Os bichos recolhem-se, só fica uma chita. Com a chuva elas apuram o olfacto e naquele lusco fusco procuram caçar a sua presa. A nossa presença era-lhe indiferente. Estava fita num objectivo.

São bichos solitários, ao contrário de todos os outros que se agregam para se defenderem: elefantes, gnus, zebras e até mesmo os leões. Gostam de andar sozinhas. Vimos duas, numa tarde. Estavam a acasalar.

Lá, só cabe a natureza. Não há nada superior a isso. Não há arte, música, tecnologia, ciência. Tudo é natureza, daquilo que somos feitos e para onde caminhamos no final da vida.
Nós queremo-la fazer coisa dos homens, mas a natureza é rude. Tão rude como cruel. Seca e áspera. Como a cor da savana que adensa toda a paisagem. Como os leões que espreitam atrás de um caminho para atacar os gnus que atravessam o Rio.

Lá, sentimo-nos pequenos e feitos de coisas terrenas como os ossos e a carne que nos preenche o esqueleto.
Gostava de lá voltar.

foto: tirada por mim no Parque de Masai Mara

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