Suplemento Desportivo

Tudo começou em Março de 1998. Era a Mini Maratona da Ponte 25 de Abril, inserida na Meia Maratona. 8kms a correr. Fui, não corri o tempo todo, mas cortei a meta!
Sempre me dei mal com a corrida e por isso nunca mais pensei nisso de andar a correr até ficar sem fôlego.

Ainda experimentava, e tal, mas não era coisa para mim. Gostava (e gosto) mesmo era das aulas no ginásio, boa música, tudo a dar o máximo! E ainda de umas aulas de Ballet, já na fase post-30, em que me entregava como se não houvesse amanhã.

A corrida sempre ficou sozinha, como a medalha que me deram no ano da Expo...

Entretanto, há coisa de 2 anos, voltei à corrida. Sempre cheia de medo, porque aquilo para mim era um bicho de 7 cabeças! Devagarinho, pouco a pouco, até começar a participar em provas de 10 km na cidade. A minha 1ª prova foi em Dezembro de 2009 e quando cortei a meta tive vontade de chorar, porque nunca na vida pensei algum dia em correr 10 km sem parar e cumprir a regra de o fazer em menos de 1 hora.
Conheci a força do meu corpo, das suas capacidades extraordinárias, das minhas pernas que não me deixaram mal e da minha mente que, espertinha, faz o que quer do resto.
Foi tudo graças ao meu coach, o meu Príncipe, personificado num Maradona da corrida, cruel e inflexível, que quase me arrancava os olhos quando preparavamos estas provas e corríamos juntos. A seguir a essa fiz mais uma meia dúzia delas, todas de 10 km e sempre com bons resultados.

A vinda para Moçambique veio, naturalmente, quebrar este treino que já ia em bom caminho, pois correr com este calor e humidade é um desafio completo. Chegamos a correr juntos no ginásio, sob o ar condicionado e até no Ibo, com a voz dele a comandar o meu rabo que teima em transformar-se num tanque de chumbo armado cada vez que ponho a correr. Só o ouvia a gritar: NUNCA parar!

É a regra nº 1 das provas: NUNCA parar.

Dia 10 de Abril, às 10H00, são outros 10km a percorrer, ao fim de quase 6 meses sem corridas... É a Corrida do nosso Glorioso SLB e como é costume vamos os dois. Ele vai à frente, a fazer os seus tempos xpto, e eu na traseira a lutar por não me esquecer do meu nome e morada em caso de colapso.

Antes de virmos para cá, fiz um check-up, e o cardiologista disse-me que a minha prova de esforço já era de um atleta semi-profissional, tipo: "não és uma sedentária vegetal de rabo almofadado". Fiquei orgulhosa!
Agora, a caminho dos 34, nunca estas coisas me fizeram tanto eco na cabeça.

Vive bem. Nunca pares.

Comentários

Anónimo disse…
Sempre foste uma gazela, ágil como tudo, a dar voltas e voltas nos ferros arqueados dos passeios de Cascais, no caminho até à pintura.

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