A máquina de escrever
Máquina de escrever com fita
2,5 Kgs
Teclas verde escuras
Não são as mãos que fazem acontecer as frases, são as notas de música que saem pelo gira discos de tampa acrílica que empurram as teclas da máquina de escrever.
Quando ela escrevia, primeiro punha um disco, depois fechava os olhos e deixava-se levar pela melodia, assim como se deixasse levar por um desconhecido numa dança a dois. Sempre seria a música a fazer palavras.
Foi assim que escreveu toda a sua vida numa máquina de escrever. As teclas ficaram sem letras, já as conhecia de cor, o abecedário tinha sido engolido pela sua pele, pela ponta dos seus dedos sempre impecavelmente longos e elegantes.
Escreveu o que a memória lhe deu até á exaustão, até ao fim de si.
Só a máquina ficou, opaca, mate, ferrugenta, empoeirada.
Dizem que ainda se sente o barulho das teclas, quando se ouve música clássica.
Mais concretamente o concerto nº 1 de Chopin para piano em E menor, op.11.
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