maré vazia
Há dias que são de maré vazia... Deixam a alma despida, à mercê das pegadas, sensível.
A película de água que cobre a areia é tão ténue que parece um véu delicado. Deixa no ar o aroma do sal e da saudade. Às vezes sinto-me como a maré vazia.
Ao final do dia, a praia é senhora de si, não precisa que lhe encham e esvaziem a maré. As gaivotas surgem no seu tempo, as pegadas diluem-se no mar que as leva como quem esconde segredos.
Quando o mar recua da terra, deixa as feridas à vista, as rochas nuas.
Às vezes sinto-me como a maré vazia. A areia lisa e fina espelha a luz do sol. Inspira-se o sal, fecham-se os olhos, expira-se um sentimento.
O sentimento da maré vazia. É a tristeza, então? Não. A maré vazia não é triste. Melancólica? Também acho que não, talvez sensível. Por que tem a energia das ondas, não pode ser triste nem melancólica. Mas tem qualquer coisa que não se explica. Que se sente, como se aquele véu de água salgada percorre-se o nosso corpo e com ele levasse o cinzento dos dias e trouxesse uma memória, um cheiro de um outro dia, de uma outra vida.
Somos feitos de marés. Uns dias cheia, outros vazia. Nada é perene.
Mas lá vêm novamente os ciclos, as coisas redondas e completas de que eu tanto gosto. Um dia a seguir ao outro.
Uma maré depois da outra.
A película de água que cobre a areia é tão ténue que parece um véu delicado. Deixa no ar o aroma do sal e da saudade. Às vezes sinto-me como a maré vazia.
Ao final do dia, a praia é senhora de si, não precisa que lhe encham e esvaziem a maré. As gaivotas surgem no seu tempo, as pegadas diluem-se no mar que as leva como quem esconde segredos.
O mar, aquela massa densa de água salgada, é a coisa mais perfeita do mundo. Enche todos os recantos do globo. Preenche todos os pedaços que a terra não ocupou. Mantém-se firme, agarrado ao seu fundo. Cheio de sal. Quente e Frio.
Às vezes sinto-me como a maré vazia. A areia lisa e fina espelha a luz do sol. Inspira-se o sal, fecham-se os olhos, expira-se um sentimento.
O sentimento da maré vazia. É a tristeza, então? Não. A maré vazia não é triste. Melancólica? Também acho que não, talvez sensível. Por que tem a energia das ondas, não pode ser triste nem melancólica. Mas tem qualquer coisa que não se explica. Que se sente, como se aquele véu de água salgada percorre-se o nosso corpo e com ele levasse o cinzento dos dias e trouxesse uma memória, um cheiro de um outro dia, de uma outra vida.
Somos feitos de marés. Uns dias cheia, outros vazia. Nada é perene.
Mas lá vêm novamente os ciclos, as coisas redondas e completas de que eu tanto gosto. Um dia a seguir ao outro.
Uma maré depois da outra.
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