Um desabafo - II
Desta vez é uma conclusão a que já tinha chegado há algum tempo... mas serviu a confirmação da última vez que se passou (esta semana).
Se há coisa que faz muita confusão na cabeça das pessoas, numas mais do que em outras, pois claro, mas confusão faz, é uma mulher não ter filhos. Pior ainda, não casar. Péssimo e horrendo: estar casada há uns largos anos e não ter filhos.
Há que tirar esse mistério rapidamente a limpo! Qual quê? Casada e sem filhos? Como? Disse que não era casada e vive sozinha? Desculpe? E não quer ter filhos? Mas quer e não tem ou não quer e podia ter?
Como sou casada e não tenho filhos posso falar desse sector ostracizado da sociedade; já as mulheres solteiras não posso falar por elas, mas sinto que devem sofrer o mesmo tipo de radio-x à míngua da razão humana de estar na terra: viver em família e fazer filhos.
A cabeça começa em ebulição e as palavras são mais rápidas do que a razoabilidade.
Primeiro é o olhar compulsivo para a barriga: se estou de vestido, de t-shirt, de calções, de sobretudo ou de bikini, é igual. Um segundo na barriga, dois segundos nos meus olhos e mais um segundo na barriga.
Depois começam as perguntas cheias de segundas intenções (mas julgam que eu cheguei aqui ontem, não?): que idade temos? estamos casados há muito tempo, quanto? tanto? os Pais já são reformados? agora é que calham bem os netinhos, não é? eles gostavam, não? onde são as próximas férias? agora com o cão é que arranjamos uma companhia, não é? não é verdade que estes cães gostam muito de crianças?
Já quando as cabeçinhas estão prestes a rebentar, tipo panela de pressão sem pipo, não aguentam e deitam cá para fora o pavor que lhes enrola a língua, não sem antes começarem a corar ligeiramente: "Não leva a mal se lhe fizer uma pergunta....?"
Pronto.
É aqui que começa a minha diversão no massacre daquelas cabeçinhas. Elas acham que termina o sufoco que sentem de semanas, meses e até mesmo anos a fio sem ver uma melancia que crescesse na minha barriga.
"Ainda não temos filhos..." deixo o "ainda" no ar como quem atira uma moeda. Ficam para elas as conclusões. Mas agora o "ainda" não me tem servido e já há quem aprofunde a questão e lance um sapiente conselho: mas se pensa muito nisso é pior!o melhor é não pensar muito nisso...
Não pensar muito nisso...
Este desabafo é meu. E como é meu, escrito no meu Blog, eu aproveito para enviar uma enorme abóbora a cada uma destas pessoas que me inundou e me irá inundar com esta sabedoria popular-pré-natal. E vou pô-la em cima da cabeçinha de cada uma.
É pesada? Muito?
Não pensem muito nisso...
Se há coisa que faz muita confusão na cabeça das pessoas, numas mais do que em outras, pois claro, mas confusão faz, é uma mulher não ter filhos. Pior ainda, não casar. Péssimo e horrendo: estar casada há uns largos anos e não ter filhos.
Há que tirar esse mistério rapidamente a limpo! Qual quê? Casada e sem filhos? Como? Disse que não era casada e vive sozinha? Desculpe? E não quer ter filhos? Mas quer e não tem ou não quer e podia ter?
Como sou casada e não tenho filhos posso falar desse sector ostracizado da sociedade; já as mulheres solteiras não posso falar por elas, mas sinto que devem sofrer o mesmo tipo de radio-x à míngua da razão humana de estar na terra: viver em família e fazer filhos.
A cabeça começa em ebulição e as palavras são mais rápidas do que a razoabilidade.
Primeiro é o olhar compulsivo para a barriga: se estou de vestido, de t-shirt, de calções, de sobretudo ou de bikini, é igual. Um segundo na barriga, dois segundos nos meus olhos e mais um segundo na barriga.
Depois começam as perguntas cheias de segundas intenções (mas julgam que eu cheguei aqui ontem, não?): que idade temos? estamos casados há muito tempo, quanto? tanto? os Pais já são reformados? agora é que calham bem os netinhos, não é? eles gostavam, não? onde são as próximas férias? agora com o cão é que arranjamos uma companhia, não é? não é verdade que estes cães gostam muito de crianças?
Já quando as cabeçinhas estão prestes a rebentar, tipo panela de pressão sem pipo, não aguentam e deitam cá para fora o pavor que lhes enrola a língua, não sem antes começarem a corar ligeiramente: "Não leva a mal se lhe fizer uma pergunta....?"
Pronto.
É aqui que começa a minha diversão no massacre daquelas cabeçinhas. Elas acham que termina o sufoco que sentem de semanas, meses e até mesmo anos a fio sem ver uma melancia que crescesse na minha barriga.
"Ainda não temos filhos..." deixo o "ainda" no ar como quem atira uma moeda. Ficam para elas as conclusões. Mas agora o "ainda" não me tem servido e já há quem aprofunde a questão e lance um sapiente conselho: mas se pensa muito nisso é pior!o melhor é não pensar muito nisso...
Não pensar muito nisso...
Este desabafo é meu. E como é meu, escrito no meu Blog, eu aproveito para enviar uma enorme abóbora a cada uma destas pessoas que me inundou e me irá inundar com esta sabedoria popular-pré-natal. E vou pô-la em cima da cabeçinha de cada uma.
É pesada? Muito?
Não pensem muito nisso...
Comentários
O "ainda" é mto bem aplicado porque NADA é impossível e o Mundo está cheio de milagres!
Bjs mtos
JO
NOT!
(ainda por cima pq a minha irmã mais nova ía sp acompanhada)
humpf***
deixem-me pá!
Agora felizmente há coisas muito mais interessantes do que a clausura, onde milhares de seres humanos se recolhiam por todas as razões e mais alguma.
Felicito-te por,de entre essas coisas interessantes,saberes escolher as melhores, sempre caminhando ao lado do teu companheiro de eleição!
Parabéns por todos os obstáculos já ultrapassados e daqui vai uma forcinha para vos ajudar a saltar as barreiras que ainda estejam para vir.
Nota: Parece-me que «sufoco» é com U.