Foi ontem que voltei às pistas.
Um ano depois de ter literalmente parado com tudo, pois assim que soube que estava grávida estagnei como uma tartaruga sentada na praia. E fiquei assim até me mentalizar que sempre fui pelo desporto, pelo transpirar, pelo expurgar das toxinas, pela mente sã em corpo são.
Vai daí, fui primeiro comprar uns ténis novos, daqueles que eu mais gosto, não só porque personificam o meu mote (ASICS - Anima Sana In Corpore Sano), mas também porque são mesmo bons (e caros).
Depois ainda me aventurei em descarregar uma aplicação no i-phone, metê-lo numa bolsa no braço e assim aderir à corrida com noção de tempo e distância.
Durante todos estes anos corria de Swatch, uma "caseirada" autêntica.
Finalmente meti-me na pista.
Até senti medo, não fossem as pernas terem tido uma amnésia e assim como nunca mais se esquece de andar de bicicleta, elas nunca mais se tinham lembrado de correr.
Consegui fazer 5 km, mas foi intercalado entre corrida e caminhada; as dores de burro foram imensas e foi literalmente o que me custou mais, as pernas responderam bem, o coração também.
Voltar a sentir o cansaço da corrida, depois do banho tomado e do jantar mastigado, foi uma sensação muito boa.
Tinha saudades de transpirar, de ouvir o meu corpo, de me ouvir, o coração a bater, o compasso certo de cada passada, a satisfação de alcançar uma meta.
O cenário é perfeito; não sendo junto ao Rio, é agora junto ao mar, indo eu pela estrada que conheço de olhos fechados até chegar ao Guincho.
Por agora, fico-me bem aquém desse destino, mas não deixa de ser um objectivo promissor!
Dou-me o tempo necessário para o alcançar - e quando o conseguir é para mim um sinal de que tudo vai acontecendo e passando pela mesma medida que a vida nos propõe recomeços contínuos.
Eu ontem recomecei a correr.
Com tempo e com distância, o futuro agora é só meu.


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