Bric à brac
Drogarias, lojas de ferragens... sei lá porquê, fascinam-me!
Cheiram a sabonete e a parafusos, lixas e limas das unhas. Têm de tudo, sempre a mais. Há sempre coisas penduradas no tecto, na porta da entrada, espalhadas pelo chão. Não estão arrumadas mas obedecem a uma ordem. Uma drogaria sem vassouras e jericans pendurados no tecto é uma tristeza; uma loja de ferragens tem de ter 98 maçanetas pregadas numa parede e 101 gavetas com o parafuso do lado de fora!
Normalmente quem está do outro lado veste bata, porque a diferença com uma farmácia é pouca. Qual é o problema? Coisas desde nódoas a motores de máquinas que se avariam.
Tento sempre arranjar um bom pretexto para ir à drogaria ou à loja de ferragens: uma escova especial em arame de aço, 1 saca de rolhas de cortiça, 1 alicate de pontas finas, massa de silicone castanha, 2 metros de plástico transparente...
Depois, ainda há um sub mundo que é o armazém destas lojas, onde ainda existem mais ferramentas e ácidos que limpam os canos em 2 segundos... e derretem-nos também. Mas também têm solução para o cano derretido!
São universos auto suficientes. Completam-se em si mesmos.
Mais do que comércio tradicional, estas lojas são inventários de vidas inteiras. Ouvem e tratam os nossos problemas e lá pelo meio, soltam-se as palavras e além da máquina de lavar a quem se partiu um suporte, lá vem um lamento, dos dias que se fazem curtos, do dinheiro que chega para pouco, da saúde que é de menos...
Para isso, não há uma chave sextavada nem soda cáustica que nos valha, mas para tudo o resto há um mundo de objectos, mais vasto do que a nossa imaginção.
Nota: A foto podia ser cá, mas não! É uma drogaria de Pienza (Toscana). O fascínio persegue-me, pois.
Cheiram a sabonete e a parafusos, lixas e limas das unhas. Têm de tudo, sempre a mais. Há sempre coisas penduradas no tecto, na porta da entrada, espalhadas pelo chão. Não estão arrumadas mas obedecem a uma ordem. Uma drogaria sem vassouras e jericans pendurados no tecto é uma tristeza; uma loja de ferragens tem de ter 98 maçanetas pregadas numa parede e 101 gavetas com o parafuso do lado de fora!
Normalmente quem está do outro lado veste bata, porque a diferença com uma farmácia é pouca. Qual é o problema? Coisas desde nódoas a motores de máquinas que se avariam.
Tento sempre arranjar um bom pretexto para ir à drogaria ou à loja de ferragens: uma escova especial em arame de aço, 1 saca de rolhas de cortiça, 1 alicate de pontas finas, massa de silicone castanha, 2 metros de plástico transparente...
Depois, ainda há um sub mundo que é o armazém destas lojas, onde ainda existem mais ferramentas e ácidos que limpam os canos em 2 segundos... e derretem-nos também. Mas também têm solução para o cano derretido!
São universos auto suficientes. Completam-se em si mesmos.
Mais do que comércio tradicional, estas lojas são inventários de vidas inteiras. Ouvem e tratam os nossos problemas e lá pelo meio, soltam-se as palavras e além da máquina de lavar a quem se partiu um suporte, lá vem um lamento, dos dias que se fazem curtos, do dinheiro que chega para pouco, da saúde que é de menos...
Para isso, não há uma chave sextavada nem soda cáustica que nos valha, mas para tudo o resto há um mundo de objectos, mais vasto do que a nossa imaginção.
Nota: A foto podia ser cá, mas não! É uma drogaria de Pienza (Toscana). O fascínio persegue-me, pois.
Comentários