Tempo e Memória
Já tinha saudades.
Do cheiro da sala, do veludo rosa das cadeiras, do verde e do dourado das paredes, de ouvir a Orquestra a afinar os instrumentos minutos antes do espectáculo.
E durante o concerto, senti-me num barco a caminho do Ibo, senti-me a caminho. Naveguei a milhares de kms daquele auditório. Pela primeira vez revi o meu percurso e fiz uma viagem no tempo. Voltei atrás. Depois regressei ao presente.
Sonhei que o melhor do mundo seria navegar num barco ao lado de tartarugas e golfinhos, sentir a natureza tão explosiva e ao mesmo tempo ouvir aquele concerto fantástico, naquele lugar tão especial. O equilíbrio de dois mundos tão distintos. Ontem, o Ibo esteve no palco do Teatro Nacional de São Carlos.
Há pessoas, artistas fora do comum, que nos levam para locais da nossa memória.
Ontem, percebi que o Ibo é agora uma memória. É uma distância. É um tempo.
Com tempo e memória a arte surge, seja a escrita ou um quadro.
Aproveito o movimento de ontem e embarco em novas escritas. Agora sinto que começo a conseguir escrever sobre o que vivi e o que passei.
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Bem haja!