os pedaços de fita-cola...
Há dois anos o Natal foi no Ibo, 30ºC, chinelos, vestido de alças, carangueijo, gelado de manga caseiro, zero família, amigos novos, gente desconhecida, árvore de natal só se for a Papaeira, presépio em pau preto, presentes só em espírito, lojas só em revistas, luzes só as das estrelas, tudo diferente.
Este ano.
Mantive o presépio e fui buscar rama de pinheiro (nórdico, daquele que não cai) à Praça da Ribeira, a 5 euros o molho, espetei-lhe um laço numa jarra e voilá!
Embrulhei os presentes com papel de embrulho bonitinho, acrescentei etiquetas e raminhos de pinheiro para enfeitar.
Até acrescentei a banda sonora, pois sou fã confessa de músicas de Natal e comprei no itunes o novo disco do Rod Stewart só de músicas de Natal. Perfeito! E ando eu com as músicas, traz e frente, e ainda umas velinhas de cheiro pela casa.
Mas foi quando me sentei a embrulhar os presentes, enquanto, tal como a minha Mãe me ensinou, cortava os pedaços de fita cola e os arragava às pontas dos dedos e os colava na bordinha da mesa, que percebi que por muitas voltas que o mundo dê, voltamos sempre ao que somos.
À nossa essência, seja ela qual for.
E os pedaços de fita cola levaram-me até mim e no regresso trouxeram-me saudades desse Natal africano, tão distante, tão diferente.
No meio do frio ou do calor, em África ou aqui, eu serei sempre eu.
Com fita-cola ou sem ela.
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