Renascer
v. intr. nascer de novo; reaparecer; renovar-se; (fig.) adquirir novo vigor, novo impulso; rejuvenescer.
Há quem renasça pela força das circunstâncias (num sentido muito lato) e há aqueles que incessantemente procuram a renovação.
Houve tempos em que renasci várias vezes, por achar que me gastava muito por dentro, enquanto a vida me passava. Porque me ouvia em demasia, sentindo o peso do meu corpo e da massa dos meus pensamentos que viviam dentro de mim.
Então todos os dias, quase todos os dias, renovava-me. Mastigava palavras surdas cá dentro. E então nascia outra vez.
Mas assim como uma coisa que nos aguarda no escuro, que nos sente e nós não a vemos, renasci pela força das circunstâncias. Pela dureza da vida. Que nos deixa de braços soltos e vazios, à espera de um consolo pelas dores que passamos. A consolação é a cadência dos dias e das horas. Temos cortes e dores profundas, sem sangue nem choro. Volta a nascer uma pessoa com 31, 57, 21 ou 65 anos. Corta-nos a respiração, suspendemos um suspiro. E estamos muito sós. Ninguém avisa quando renasce tal como ninguém nos visita quando renascemos.
Tudo o que passamos é tão só.
E depois? Depois nada.
Somos maiores e mais inteiros? Não. Somos ainda mais pequenos, porque tomamos noção da nossa dimensão no universo. Sentimos o peso da massa do nosso corpo e apercebemo-nos que, afinal, somos feitos de carne e ossos. Afinal, só nos distingue o espírito que é matéria que vive fora do nosso corpo.
E os outros? Dos outros (que nunca renascem) temos medo.
Há palavras que carregam mais que outras, tal como há dias mais cinzentos.
Há quem renasça pela força das circunstâncias (num sentido muito lato) e há aqueles que incessantemente procuram a renovação.
Houve tempos em que renasci várias vezes, por achar que me gastava muito por dentro, enquanto a vida me passava. Porque me ouvia em demasia, sentindo o peso do meu corpo e da massa dos meus pensamentos que viviam dentro de mim.
Então todos os dias, quase todos os dias, renovava-me. Mastigava palavras surdas cá dentro. E então nascia outra vez.
Mas assim como uma coisa que nos aguarda no escuro, que nos sente e nós não a vemos, renasci pela força das circunstâncias. Pela dureza da vida. Que nos deixa de braços soltos e vazios, à espera de um consolo pelas dores que passamos. A consolação é a cadência dos dias e das horas. Temos cortes e dores profundas, sem sangue nem choro. Volta a nascer uma pessoa com 31, 57, 21 ou 65 anos. Corta-nos a respiração, suspendemos um suspiro. E estamos muito sós. Ninguém avisa quando renasce tal como ninguém nos visita quando renascemos.
Tudo o que passamos é tão só.
E depois? Depois nada.
Somos maiores e mais inteiros? Não. Somos ainda mais pequenos, porque tomamos noção da nossa dimensão no universo. Sentimos o peso da massa do nosso corpo e apercebemo-nos que, afinal, somos feitos de carne e ossos. Afinal, só nos distingue o espírito que é matéria que vive fora do nosso corpo.
E os outros? Dos outros (que nunca renascem) temos medo.
Há palavras que carregam mais que outras, tal como há dias mais cinzentos.
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