Chegamos a Pemba! Estamos já em nossa casa! Arrumamos toda a tralha, limpámos os quilos de pó que vieram connosco no caminho, cozemos caranguejos deliciosos (já os comemos) e fomos comprar sofás!

Uma maravilha ter uma sala com sofás, uma mesinha e ... a televisão! Estamos tão emocionados, que quase me apetece tirar fotos da sala. Vamos ver o telejornal, filmes, séries e o sempre nosso Benfica!

Mas, antes.

Primeiro. "Ainda o Gurué?" Perguntam vocês. Sim. Ainda o Gurué.

Estas são as imagens da pequena cidade, do nascer do dia às 5h da manhã, da cascata, dos meninos do rio e das plantações de chá entre as acácias e as montanha. É bonito, não é? Eu acho lindo, e tudo isto é-nos oferecido a custo zero, pela natureza. Ela é tão generosa, mas tão cruel, também.

O passeio que fizemos, entre as plantações - teve de ser uma caminhada, pois não haveria outra hipótese de se conhecer o local, entrar com o carro só se pode com a autorização do director da plantação, e para se chegar à cascata tivemos de fazer um caminho longo - encheu-me a alma e o coração, como já o tinha partilhado. Fez-me ver que as coisinhas pequenas e mundanas da nossa vida valem muito pouco e que aquilo que realmente importa não tem preço, não é quantificável, calculado em tabelas de excell.

Há uma frase do Einstein que diz: "The true sign of intelligence is not knowledge but imagination."

Está tudo dentro de nós! Certo.


No final do nosso passeio ainda fomos visitar outro local especial do Gurué, a Casa dos Noivos, uma antiga Pousada, agora totalmente abandonada, no alto de uma montanha. No caminho, passamos ao lado de um pequeno santuário, com a Santinha. Estava todo ele composto, com flores e vegetação, no silêncio da montanha.


Quando saímos ontem, às 5h manhã do Gurué, peguei no meu PC morto, arrumei-o e pensei: "Logo se vê se isto funciona. Azar. Só o ligo amanhã."

Foram 900km intensos de estrada e calor: passagem por Nampula, revisitar os "meus" inselbergs magníficos, paisagens de bicicletas e mulheres de baldes na cabeça, litros e litros de água e alguns red bulls (deram-nos asas, sem dúvida!).

À chegada tomámos mais um daqueles banhos que tiram o surro aos cães da rua, jantámos e hoje acordámos para arrumar a casa e deixá-la toda pronta! Missão cumprida.
Foi quando peguei neste computador, liguei-o à corrente, fez um arranque diferente, para reparação do sistema, eu aceitei e 5 minutos depois estava vivo, ressuscitado como uma fénix. Impecável, como se nada tivesse acontecido.
Cá para mim a Santinha fez "milagre" e o Gurué é um lugar abençoado!






Comentários

Anónimo disse…
O que parece é que tudo aquilo que nos contas é de uma dimensão que nós aqui neste canto do planeta não temos acesso.Essa dimensão marca. Faz um risco na nossa alma,e eu ao ler toda essa descrição ,e mais as fotos que são indespensaveis , fico emocionado.Fico emocionado porque parece que vocês os dois já fazem parte dessa dimensão.Tudo a custo zero.Vocês sabiam que tinham de viver nessa dimensão, uma dimensão muito forte , a fazer um risco forte na alma.As fotos da montanha falam assim.É indespensavel que haja comunicação.Nós por aqui vamos andando sempre aos zig-zags uns com os outros.Beijos e abraços.Sempre à espera de mais fotos.
Anónimo disse…
Já vimos as fotos que estão muito boas e vocês estão muito bem.Principalmente o Alex no grupo dos meninos do rio.Ainda bem.

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