Maputo Connection
É daqui que fazemos a ponte até Pemba. Parámos, abastecemos e agora partimos.
Amanhã, às 5 da manhã cumprimos a 1ª etapa até Vilankulos, a 750km daqui. Depois só voltamos ao asfalto, já com algum pó e buracos, no sábado. Tomamos um dia de descanso e continuamos até Chimoio. Se em Vilankulos ficamos a dormir num sítio chamado Zombie Cucumber, já em Chimoio escolhemos um Pink Papaya. Na próxima paragem teremos um Mango Jambo?!
Por estes dias que aqui passámos, Maputo fervilha. Já temos o carro, e com a ajuda preciosa de bons amigos, conseguimos fazer praticamente todas as compras. O momento alto desta semana alucinante deu-se quando dei por mim a emocionar-me por estar a comprar uma serra profissional no Mica (o Aki cá da terra). Emocionei-me porque é assim que supostamente tudo começa. Pelo princípio. E é daqui que temos o princípio.
Partimos com uma bagagem de: rebarbadora, tico-tico, serra circular, berbequim, ferros galvanizados, tubo anelado, fios de electricidade, alicates, chaves de fendas, serrotes, martelos de 1 quilo, porcas, extensões, uma antena parabólica, uma box (tipo tv cabo) e uma televisão, conjunto de formão, dijuntores, 1 tenda e saco cama, 1 colchão de encher, 2 malas e 2 mochilas, 1 cd de música africana, ….
Partimos Moçambique acima. Estamos numa pequena pensão em Maputo ("The Base"), a casa do Johnny. O Johnny que no dia em que fez trovoada tremia de medo. Continua a não tomar banho e anda mais mal disposto. Talvez mais desconfiado.
Fomos ao Museu de História Natural – um edifício antigo conservado a naftalina. Os animais e todo o levantamento de insectos é absolutamente irreal para os padrões desta civilização, e todo esse trabalho foi feito nos anos 60 e 70. Pagamos 1 euro cada pela entrada e sozinhos percorremos salas e salas de bichos embalsamados.
Nas traseiras do Museu estava a acontecer uma festa de casamento, então estávamos os dois numa sala enorme cheia de elefantes, girafas, búfalos, leões e impalas, a ouvir rap que vinha pelas paredes do edifício. Uma mistura explosiva – Maputo é uma mistura explosiva.
Alguém me disse: "Moçambique não se gosta, aprende-se a gostar. "
Ps. Obrigada à MJ, Z. e B., os três "agentes secretos" mais espectaculares de Maputo City. Mil beijos daqui até aí.
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