O balanço
É inevitável.
Inevitável que deixemos passar um ano, sem nos questionarmos, sem nos balançarmos para sentir o peso do tempo que passou.
Um ano não é nada. Um ano, pode ser tudo o que temos.
A culpa é do calendário que carimba o tempo e o espírito. Dias, após dias, semanas, meses, um ano.
Este ano, a minha agenda era daquelas que se vai tirando pelo picotado o cantinho das páginas. Cada pedacinho de papel uma semana. Chegou ao fim. Lembro-me de a estrear no início do ano, no Ibo em Moçambique em que escrevi que tinha dado o primeiro banho do ano!
E que ano este.
Carregado de viagens: Ilha de Moçambique, Niassa, Malawi, África do Sul, Amesterdão, Roma, Douro, Algarve e Alentejo.
Carregado de movimentos: vindas a Portugal, regresso a Moçambique, resolução de voltar a Lisboa, fechar duas casas em Pemba e no Ibo, vender tudo, voltar a comprar tudo, largar o Flash, voltar a ir buscar o Flash, viver numa casa nova pela 3ª vez, abrir caixotes, limpar e arrumar.
Carregado de sentimentos: medo, angústia, sensação de liberdade, crescimento interior, frustração, excitação, alívio, plenitude, medo outra vez, sensação de estar perdida e renascer uma pessoa diferente.
Ultimamente tenho lido algumas coisas acerca de Biografias e Memórias. As Memórias, ao contrário das Biografias, referem-se a um período especifico da vida que se viveu de forma diferente e que de alguma maneira foi especial. O afastamento, o intervalo de tempo, é fundamental à escrita de Memórias. Quanto mais longe tiver ocorrido o "evento", melhor é a nossa capacidade de análise e objectividade na escrita. Se não fossem as Memórias de quem as começou a escrever no Séc. 16, hoje todo o conhecimento que teríamos da História e dos costumes seria muito mais pobre.
Desafio cada um de vós a dedicar-se a escrever as suas Memórias. Não é a vida toda, é uma parte da vida, uma fatia do bolo. Porque esse legado fica para sempre, deixa uma história, permite expurgar o que atormenta e talvez encontrar alguma paz de espírito.
Pois não é disso mesmo que se trata esta nova vivência, em tempos que se avizinham tão conturbados?
Eu vou então começando.
Inevitável que deixemos passar um ano, sem nos questionarmos, sem nos balançarmos para sentir o peso do tempo que passou.
Um ano não é nada. Um ano, pode ser tudo o que temos.
A culpa é do calendário que carimba o tempo e o espírito. Dias, após dias, semanas, meses, um ano.
Este ano, a minha agenda era daquelas que se vai tirando pelo picotado o cantinho das páginas. Cada pedacinho de papel uma semana. Chegou ao fim. Lembro-me de a estrear no início do ano, no Ibo em Moçambique em que escrevi que tinha dado o primeiro banho do ano!
E que ano este.
Carregado de viagens: Ilha de Moçambique, Niassa, Malawi, África do Sul, Amesterdão, Roma, Douro, Algarve e Alentejo.
Carregado de movimentos: vindas a Portugal, regresso a Moçambique, resolução de voltar a Lisboa, fechar duas casas em Pemba e no Ibo, vender tudo, voltar a comprar tudo, largar o Flash, voltar a ir buscar o Flash, viver numa casa nova pela 3ª vez, abrir caixotes, limpar e arrumar.
Carregado de sentimentos: medo, angústia, sensação de liberdade, crescimento interior, frustração, excitação, alívio, plenitude, medo outra vez, sensação de estar perdida e renascer uma pessoa diferente.
Ultimamente tenho lido algumas coisas acerca de Biografias e Memórias. As Memórias, ao contrário das Biografias, referem-se a um período especifico da vida que se viveu de forma diferente e que de alguma maneira foi especial. O afastamento, o intervalo de tempo, é fundamental à escrita de Memórias. Quanto mais longe tiver ocorrido o "evento", melhor é a nossa capacidade de análise e objectividade na escrita. Se não fossem as Memórias de quem as começou a escrever no Séc. 16, hoje todo o conhecimento que teríamos da História e dos costumes seria muito mais pobre.
Desafio cada um de vós a dedicar-se a escrever as suas Memórias. Não é a vida toda, é uma parte da vida, uma fatia do bolo. Porque esse legado fica para sempre, deixa uma história, permite expurgar o que atormenta e talvez encontrar alguma paz de espírito.
Pois não é disso mesmo que se trata esta nova vivência, em tempos que se avizinham tão conturbados?
Eu vou então começando.
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