Preciso de camisolas
Eu preciso de frio. Eu preciso do Outono. Eu preciso de calçar umas meias. À noite, eu preciso de me tapar com uma manta.
Tenho a certeza que 95% das pessoas que neste momento lêem este post, julgam, e bem, que:
1º - não, eu não escrevo conforme o novo acordo ortográfico, nem nunca o irei fazer enquanto as minhas forças me permitirem.
2º - só posso ser maluquinha, e coitadinha, e isto deve-se a ter vivido num outro hemisfério, durante 1 ano.
Mas acredito, no fundo do meu ser, ora a hemisfério norte, ora a hemisfério sul, que não estou sozinha! Haverá por aí alguém que também já suspira por usar uma camisolinha de manga comprida, umas meitas, ver folhas no meio do chão, sentir uma brisa mais fresca...
As imagens das praias cheias no feriado do 5 de Outubro deixaram-me horrorizada! Seria o mesmo que ver gente em lutas com bolas de neve no 10 de Junho! Eu lembro-me que por esta altura, há uns bons anos atrás, eu já usava sapatos de carneira e fazia trabalhos na escola com as folhas dos castanheiros.
Claro que há uma enorme questão "climatérica", e que tudo isto são sérios sinais de que o mundo não está "saudável", mas independentemente dessas conclusões meteorológicas, eu gosto do Outono e do Inverno. Tal como adoro a Primavera e o Verão. Eu preciso de sentir as Estações e neste último ano apenas vivi num eterno Verão - eu não me lembro da última vez que vesti as minhas tão favoritas camisolas pretas de gola alta.
Isso afecta-me. Profundamente. Além de que, tenho concluído, o mundo tem vindo a ficar cada vez mais quente. O frio está-se a tornar numa coisa pouco gradual, descompensada e fulminante.
Tendo dito isto, restam-me as imagens de camisolas de lã, lareiras, chávenas de chocolate quente e sofás com mantas que vou vendo na internet, como quem sonha com o próximo destino de férias.
Comentários
Estou farta deste tempo que julgo não ser saudável, nem para o corpo nem para a alma.....
Tapa-se a tão falada crise debaixo desta campânula e abafam-se os problemas indo à praia curtir e esquecer.
Alinho contigo na lareira e nas lãs!