9/11

Não há muito mais a dizer. É verdade. Até mesmo hoje, durante as cerimónias que decorreram no "Ground Zero", não houve discursos. Apenas foram ouvidos os nomes das quase 3 mil vítimas dos atentados e eu por mais anos que viva não me deixo de arrepiar quando vejo as imagens das torres a engolirem dois monstros, carregados de vidas e de centenas de litros de gasolina.
Há quem diga que a culpa é dos meios de comunicação social, porque vimos tudo em directo, que quando foi o tsunami foram centenas de milhares de pessoas e nem por isso nos pusemos a chorar em frente à televisão.
A questão, e depois de ver os vários documentários que passaram sobre este "evento", é que nunca na História da humanidade houve qualquer coisa que se parecesse com "isto". Quando os EUA declararam o estado de emergência, que incluiu, entre outras medidas, fechar todos os Aeroportos nacionais, pôr em terra os cerca de cinco mil e seiscentos aviões que andavam no ar e ainda fechar as Embaixadas americanas em todo o mundo, foi uma "coisa" que nunca tinha sido feita. Jamais. Porque jamais dois aviões tinham sido desviados para se esmagarem contra duas torres de cento e poucos andares, no centro de uma das cidades mais mediáticas do mundo.
O tsunami é um fenómeno da natureza, é sabido que existe. Tal como os vulcões e os tremores de terra.
Acho que não preciso de me explicar mais. Porque jamais alguém tinha pensado no que aconteceu, em que a realidade supera qualquer ficção. Qualquer guião de um filme de horror.
Para mim tudo mudou, porque mais do que a natureza, que é cruel, mas de certa forma ingénua e indiferente, o Homem conhece o ódio. E o ódio leva-o a cometer actos que não se explicam, que não se compreendem.
Por agora fica a minha parca "homenagem" a este dia. O meu "silêncio".
Há imagens que não me saem da cabeça, como aqueles homens e mulheres, que como uma folha que vai caindo do alto de uma árvore, caiam num voo suave e contínuo em direcção ao chão. Quando na nossa vida, a única opção é saltar para o fim, quando nem sequer foi nossa escolha estar nessa situação, é porque devemos estar a viver um momento verdadeiramente horrível.
E é isso que hoje não me sai da cabeça...

Comentários

Anónimo disse…
Estava-mos em Melides.Foi a proclamação de guerra.A proclamação da guerra que faz parte da guerra Israele/Arabe etc.É uma guerra de civilizações que vai durar séculos.Para mim o suicídio é um sinal de fraqueza.Deus queira que dure séculos , porque se não for , morre metade da população do planeta e a que não morrer vai ficar muito mal e se calhar a fazer uma guerra com paus e pedras.
Anónimo disse…
Todos os anos são publicadas/divulgas imagens, estáticas e/ou em movimento, inéditas sobre este dia e o meu sentimento é desde algum tempo sempre o mesmo: não quero partilhar à posteriori todos aquelas emoções "overwhelming and overtaking" que aquelas pessoas viveram, e estar constantemente a reprimir a minha vontade de chorar compulsivamente... porque é na realidade a única coisa que realmente quero fazer é "mourning" todas aquelas pessoas, vivas ou mortas

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