Textos Africanos # 2
Escrever é um Vício.
Um texto rápido e a correr. Não tem de ser a correr, é só porque tenho de escrever isto depressa, antes que a ideia me fuja.
Aqui, hoje e agora, tenho a certeza que aquele que escreve só o faz com um desejo intenso de partilha – a escrita poderá ser solitária, mas ela só acontece porque alguém está do outro lado.
O estar há vários dias sem internet, sem comunicações, deixando-me isolada do resto do mundo, sabendo que aquilo que escrevo não é lido nem ouvido por ninguém, deixa-me angustiada.
De quem eu sinto mais falta é dos meus amigos da escrita, com quem eu partilho aquilo que só sei fazer com mais prazer – escrever. Sinto falta do imenso Pedro, da Susana, do mano Xico, da petite Josiane, do meu Manel, do Alberto, da Cláudia…
Sinto falta da voz que orienta a minha escrita. Sinto falta das mãos deles que acompanham as minhas palavras. Sinto falta da partilha… e agora?
Quando as comunicações voltarem, regresso ao ciberespaço e envio as minhas palavras para aquelas estrelas do lado direito do mar, de quem o vê debaixo do embondeiro cor de prata. Mas quem me ouve?
Então vou todos os dias sonhar e imaginar um bocadinho. Assim que começo a escrever, está o Pedro ao fundo da sala a segurar os óculos, está a Susana do meu lado esquerdo e o Manel ao meu lado direito. À minha frente o Xico e a Josiane ao lado dele.
Assim sonho com a partilha, com o momento da leitura. Ouço os textos deles, que me enchem a alma de tanto mais prazer. E no fim a palavra do Pedro, essa pessoa única que eu tive a sorte de saber que existe no mundo.
Hoje estou assim. Lá fora o vento, os cajueiros agitam-se muito. O pó encarnado entra por debaixo da porta. Já arrumei a casa quase toda.
Estou agora a arrumar na minha cómoda nova os meus sentimentos e lentamente vou aterrando em Moçambique.
Pemba, 23 de Julho 2010 – 6ªfeira
Um texto rápido e a correr. Não tem de ser a correr, é só porque tenho de escrever isto depressa, antes que a ideia me fuja.
Aqui, hoje e agora, tenho a certeza que aquele que escreve só o faz com um desejo intenso de partilha – a escrita poderá ser solitária, mas ela só acontece porque alguém está do outro lado.
O estar há vários dias sem internet, sem comunicações, deixando-me isolada do resto do mundo, sabendo que aquilo que escrevo não é lido nem ouvido por ninguém, deixa-me angustiada.
De quem eu sinto mais falta é dos meus amigos da escrita, com quem eu partilho aquilo que só sei fazer com mais prazer – escrever. Sinto falta do imenso Pedro, da Susana, do mano Xico, da petite Josiane, do meu Manel, do Alberto, da Cláudia…
Sinto falta da voz que orienta a minha escrita. Sinto falta das mãos deles que acompanham as minhas palavras. Sinto falta da partilha… e agora?
Quando as comunicações voltarem, regresso ao ciberespaço e envio as minhas palavras para aquelas estrelas do lado direito do mar, de quem o vê debaixo do embondeiro cor de prata. Mas quem me ouve?
Então vou todos os dias sonhar e imaginar um bocadinho. Assim que começo a escrever, está o Pedro ao fundo da sala a segurar os óculos, está a Susana do meu lado esquerdo e o Manel ao meu lado direito. À minha frente o Xico e a Josiane ao lado dele.
Assim sonho com a partilha, com o momento da leitura. Ouço os textos deles, que me enchem a alma de tanto mais prazer. E no fim a palavra do Pedro, essa pessoa única que eu tive a sorte de saber que existe no mundo.
Hoje estou assim. Lá fora o vento, os cajueiros agitam-se muito. O pó encarnado entra por debaixo da porta. Já arrumei a casa quase toda.
Estou agora a arrumar na minha cómoda nova os meus sentimentos e lentamente vou aterrando em Moçambique.
Pemba, 23 de Julho 2010 – 6ªfeira
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