Ultimamente tem sido assim:

- as corridas à beira rio com este frio e nevoeiro fazem-me sentir na Idade Média; ando a ler um romance dessa época e cada vez mais confirmo a minha teoria de que o frio nesse tempo deveria ser tão frio, como quando o frio existiu pela primeira vez na terra; a atmosfera é misteriosa e nublosa, vê-se mal a outra margem, só uma parte da ponte está a descoberto, a outra emergida em nuvens geladas, tenho pena de não levar a máquina, mas já levo as chaves de casa nos atacadores dos ténis e é tudo.
- gosto de observar as gaivotas a comer o mexilhão; atiram-no de uns poucos metros de altura e com o bico abrem a concha preta; imagino que deve ser um belo petisco e elas não se afastam de mim quando passo.
- no feriado fiz um passeio para os lados da Praia da Adraga, em Sintra; eramos 5 adultos e 5 cães, num trilho entre as rochas e as escarpas, terminando num pinhal; trouxemos musgo e pinhas, verdura de cedro e pinheiro; em casa fiz as decorações de Natal, tal como se fazia em casa dos meus Pais, no dia da Mãe; juntei ainda o presépio de pau preto comprado no Ibo, feito pelo nosso amigo Emanuel.
- há certas imagens que se fixam na minha cabeça como uma chapa de radiografia; vi uma luva de pele encarnada, impecável, linda, tamanho médio, solta, perdida, no meio do chão; não resisti a pegar-lhe e a imaginar quem seria a dona daquele rasto de sedução.
- as minhas saídas à noite com as minhas amigas são os momentos em que estamos todas dentro do carro a rir às gargalhadas, a dizer disparates, a ouvir músicas na rádio e a tentar adivinhar quem canta; rimos tanto que qualquer ideia de ir a algum lado é sempre menos divertida.

Comentários

Anónimo disse…
Que bom que é ouvir-te.Gosto muito quando te oiço.
Anónimo disse…
...e que bom é saber que estão a saborear a vida aqui por estes lados!

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